Atualmente, criou-se um espaço importante para a troca de saberes com a população, em que é possível resgatar o conhecimento popular sobre assunto “plantas medicinais e fitoterápicas no Brasil” e, ao mesmo tempo esclarecer, incentivar e orientar o uso e comercialização adequada das plantas medicinais. Conforme as leis de comercialização vigoradas pelo Ministério da Saúde, cabem a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a regulamentação dos registros das plantas medicinais, assim como sua fabricação, comercialização e importação.
O presidente da ANVISA Jarbas Barbosa chama atenção para a comercialização indiscriminada de medicamentos denominados “alternativos”: há que se ter cuidado na administração e ingestão de medicamentos sem a chancela da Agência reguladora oficial.
Segundo os documentos reguladores de comercialização, as plantas medicinais só podem ser utilizadas para efeito de tratamento de alguma “enfermidade” na forma de chás e similares, enquanto os fitoterápicos podem ser manipulados em farmácias (autorizadas) no formato de cápsulas, xaropes, comprimidos, extratos entre outros. Antes de a legislação entrar em vigor, os fitoterápicos eram distribuídos e utilizados livremente no país, o que gerava riscos à saúde, pois o uso indiscriminado de plantas para a feitura de fitoterápicos é contra indicado em certos tipos de doenças crônicas como: pressão alta, diabetes, entre outros.
O usuário de medicamentos alternativos e/ou fitoterápicos deverá ser acompanhado por um profissional devidamente especializado. Em 1994 foram criadas as primeiras leis em relação a fitoterápicos e criou-se uma fiscalização e registro desses e seu uso passou a ser permitido mediante prescrição médica.
Ao contrário dos fitoterápicos, as plantas medicinais não precisam de um registro prévio e sua utilização e cultivo é liberado, o que pode acarretar acidentes por contra indicações. Além do problema do uso indiscriminado das plantas medicinais, há também o problema da contaminação química e biológica dessas plantas por agrotóxicos e microrganismos.
Segundo uma pesquisa realizada pela ANVISA em conjunto com a FIOCRUZ, 81% das plantas utilizadas em tratamentos continham resíduos de agrotóxicos, dentre essas, em 21% foram detectados níveis de agrotóxicos acima do permitido, o que levar à contaminação não só da população, como também da flora e fauna local.
Hoje, no Brasil, o índice de mortes por doenças transmitidas por alimentos (DTA) é de 9%, porém a falta de relatos dessas ocorrências geram dúvidas sobre os verdadeiros números de casos e a gravidade do problema.
Em parte, os medicamentos fabricados no Brasil, por laboratórios, é extraída de plantas medicinais para a cura e/ou alívio de algumas enfermidades.
As pesquisas realizadas com as plantas medicinais e sua comercialização valorizam e estimulam o conhecimento tradicional na área, contribui para a qualidade de vida dos envolvidos, proporciona educação em Saúde e preservação ambiental, além do aspecto social.
Para tanto, faz-se necessária a fiscalização rigorosa da comercialização e consumo.
A pesquisa e estudos aprofundados na área de fitoterápicos e de ações alternativas devem ser uma constante na implementação de políticas afeitas à regulamentação e comercialização de plantas medicinais e similares.
Autores: Ana Carolina Oliveira Rocha, Camila Torres Fernandes Souza Diniz, Helena Gurjão Pinheiro do Val, Igor Tadeu Almeida e Silva, Isabel Fonseca Cândido, Maria Tereza Barros de Melo Bambirra e Vitória Ohanna Macedo dos Santos
Orientadora: Luzia Maria de Jesus Werneck