a goiabinha e sua visão imunológica

O conhecimento profundo da maneira correta de se manipular uma planta com princípios medicinais é essencial às pessoas que têm preferência em consumir produtos naturais. A exploração de algumas plantas consideradas “milagrosas” pode colocá-las em risco de extinção quando não se tem preocupação com o cultivo ou com a preservação da planta. A espécie Myrcia tomentosa, popularmente conhecida como “goiabinha” ou "goiaba-brava", apresenta grande potencial para a produção de óleos essenciais.  Foram observadas quantidades diversas de diferentes compostos nas várias partes da planta (caule, folha e flor). Fatores como idade da planta, estação sazonal, condições de crescimento também influenciam na composição do óleo.          

 

Espécies da família Myrtaceae são usadas na medicina popular para tratar várias doenças, especialmente perturbações gastrointestinais, hemorragias e doenças infecciosas.  

 

 

Os óleos essenciais são misturas de compostos orgânicos responsáveis pela fragrância de muitas plantas.  Apesar do nome, nem sempre tem composição oleosa, podendo ser extraídos de flores, folhas, frutos, sementes, raízes, rizomas e caules. Os óleos essenciais já eram utilizados há milhares de anos, como no caso dos egípcios que os usavam para embalsamar seus mortos. Atualmente tem aplicação culinária, uso pelas indústrias de produção de alimentos e bebidas, como cosméticos e também como medicamentos fitoterápicos.

 

Nos óleos da Myrcia são encontrados compostos ativos que exercem função antioxidante e, portanto têm a capacidade de inibir a degradação oxidativa das células do nosso corpo. Não só a Myrcia possui antioxidantes.  Vários outros vegetais, por exemplo, uva tinta, amora, jabuticaba, brócolis, abóbora, etc. são fontes abundantes deste tipo de composto.  Além disso, o óleo essencial das Myrtaceae possui outras substâncias com atividade antiinflamatória, analgésica, larvicida e antiproliferativa. Os antiinflamatórios agem no nosso organismo evitando os sinais clínicos da inflamação, assim inibindo febre e dor. A atividade larvicida é capaz de eliminar as larvas de insetos, como por exemplo, de mosquitos. Os compostos antiproliferativos são efetivos contra a proliferação de células cancerígenas.

 

Levando em consideração a importância desta planta e o pequeno número de estudos descrevendo o óleo essencial da Myrcia, criamos um aplicativo para uso em smartphones contendo os principais dados obtidos a partir da literatura. O aplicativo, BotanicApp é acessível por Android e IOS.    

Autores: Eduarda Lima, Gabriela Pereira, Julianna Lobato, Lívia de Abreu, Naianda Rezende, Scarleth Silva e Sílvia Andrade.       

Orientadora: Symone Fulgêncio

Referências Bibliográficas

  1. GARDNER, P. T. et al. The relative contributions of vitamin C, carotenoids and phenolics to the antioxidant potential of fruit juices. Food Chem. v. 68, p. 471-474, 2000.
  2.  MORAES, M. Constituents and Pharmacological Activities of Myrcia (Myrtaceae) A of an Aromatic and Medicinal Group of Plants. v.16 p.10-32. 2015.
  3.  MORAIS, S. M. et al. Atividade antioxidante de óleos essenciais de espécies de Cronton (Myrcia) no Brasil. Universidade Federal do Ceara. 2006.
  4. SÁ et al. Essential oils in aerial parts of Myrcia tomentosa:composition and variability. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.22, no.6 Curitiba Nov./Dec. 2012.
  5.  Santos G.C.M. et al. Essential oil from Myrcia ovata: Chemical composition, antinociceptive and anti-inflammatory properties in mice. Planta Med. 2014.
  6.  TAKAO, L. K. et al.. Antioxidant activity and phenolic content of leaf infusions of Myrtaceae species from Cerrado (Brazilian Savanna). Brazilian Journal of Biology. v.75, p .4. 2015