A etnobiologia busca valorizar e compreender, através das Ciências Sociais, as relações estabelecidas entre as comunidades tradicionais e o meio ambiente. A etnobotânica é, dentre as etnociências, a mais estudada, tendo seu foco em plantas medicinais. Existe uma grande diferença entre o conhecimento popular e o cientifico, oriundos de realidade e vivências diferentes.
No trabalho em estudo, foi traçado o perfil social dos conhecedores populares de plantas fitoterápicas com ênfase na planta Copaifera Langsdofii Desf. Para isto, foram realizadas 20 entrevistas com pessoas que possuem certo conhecimento sobre plantas medicinais.
O perfil encontrado foi de mulheres mais velhas com faixa de 60 a 80 anos, com esse dado, podemos concluir que as pessoas em questão foram formadas em contexto diferente do atual. Antigamente, era forte e imagem da mulher como a responsável pelo lar em áreas rurais e pequenas cidades, assim, a formação escolar não era algo tão visado pelas famílias como hoje, analisamos que a maioria possui ensino fundamental incompleto. Os entrevistados se consideraram “conhecedores de plantas medicinais”, fato que pode ser explicado para não se autoatribuir denominações que trazem responsabilidades perante a utilização da planta (ver gráficos anexos).
A Copaifera Langsdofii possui 15 nomes populares como descrito em literatura, entre eles: Copaíba-verdadeira, Copaiba- vermelha, Oleo-vermelho, Copaíva, Bálsamo-de-copaiba, Bálsamo-da-amazônia, Bálsamo-dos-jesuítas, Copal, Copaúba, Copaíbeira-de-minas, Copaipera, Mal-dos-sete-dias, Pau-de-óleo, Aceite de palo (espanhol) e Ecupayba (tupi). Esse fato mostra a grande popularização que a planta possui, sendo incluída em várias culturas. (Copaíba: Benefícios e Propriedades Medicinais)
Um erro comum que pode haver, em Minas Gerais, é confundir Copaifera Langsdorfii com outra planta do mesmo gênero, a Copaifera oblongifolia, popularmente conhecida como pau de óleo pequeno e pau d’olhinho. Esse engano pode causar efeitos colaterais indesejáveis, pois pode haver metabolismos secundários diferentes. Para não realizar essa confusão, diferenciamos a Copaifera oblongifolia, que possui porte menor e suas flores são amarelas.
(BRANDÃO, M; LACA-BUENDIA, J.P; MACEDO, J.F., 2002).
De acordo com o uso popular medido pelas pesquisas realizadas com conhecedores de plantas medicinais e confirmado com bibliografias diversas, o óleo pode ser extraído do caule, folhas e galhos, porém a extração do caule é mais visada, pois, por meio dele, se consegue maior quantidade do óleo, dando assim maior concentração de princípios ativos para realizar o objetivo medicinal.
As principais utilizações do óleo são para lesões cutâneas, problemas no sistema respiratório, produção de cosméticos e problemas intestinais.
Para se preparar para a utilização se pode:
· Chá de infusão da casca: problemas estomacais e pé de atleta.
· Seiva in natura: tosse, bronquite e asma.
· Mascar a casca: diarreia e problemas intestinais.
· Uso externo de folhas ou do óleo: feridas, doenças de pele, picadas de inseto infectadas ou não.
· Uso interno: úlceras estomacais (óleo resina), infecções urinárias e da garganta, problemas respiratórios e gases estomacais intestinais.
Vale salientar que os conhecimentos adquiridos nesse trabalho foram obtidos junto a conhecedores populares, assim algumas utilizações não têm confirmação cientifica.