A goiabinha, também conhecida como goiaba-brava (Figura 1), pertence à família botânica Myrtaceae, cujo nome científico é Myrcia tomentosa, que vem de Mirto – do latim Myrtus, nome clássico de mirto - uma planta da família Myrtaceae conhecida como murta e, tomentosa, que significa tricomas (popularmente conhecido como pêlos).
A família Myrtaceae possui distribuição pantropical e subtropical, com dois centros principais de desenvolvimento: a América tropical e a Austrália. Na flora brasileira, as Myrtáceas aparecem entre as famílias mais comuns na maioria das formações vegetais, com destaque para a Floresta Atlântica e para a Floresta de Restinga. Alguns autores informam que, os representantes americanos da família são muito semelhantes e, este fato, dificulta a identificação em nível específico. São plantas lenhosas, arbustivas ou arbóreas; com córtex que pode ou não esfoliar-se; com ou sem tricomas; presença de pontos translúcidos (canais de óleo) nas folhas, flores frutos e sementes. Outros representantes da mesma família botânica são: pitanga, jabuticaba, eucalipto, gabiroba, cagaita, araçá, jambo e jambolão (esta duas últimas exóticas), entre outros.
De acordo com alguns especialistas, o gênero Myrcia apresenta 374 espécies que vão desde a América Central até o norte da Argentina. No Brasil são encontradas 214 espécies e os estados de Minas Gerais e Goiás são considerados os principais centros de distribuição. O gênero Myrcia apresenta grande potencial econômico. Suas espécies são utilizadas na alimentação, de forma variada, seja para fazer sucos, doces, geleias e sorvetes. Além disso, tem potencial ornamental e medicinal. Neste último, destaca-se o seu uso no tratamento da gripe, congestão nasal e sinusite.
A goiabinha ou goiaba brava, Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. é considerada uma árvore, podendo chegar a uma altura de 6 a 12 m. Sua folhas são simples , opostas, com tricomas (Figura 2) e apresentam glândulas de óleo (Figuras 3 e 4).
Figura 1: Tricomas Figura 2: Glândulas de óleo Figura 4: Glândula de óleo (Maior aumento)
Fotos por Lucca Michetti
Apresenta tronco tortuoso, cilíndrico, com casca fina, lisa e uma superfície marrom-avermelhada (Figuras 5 e 6).
Figura 5: Tronco Figura 6: Detalhes do tronco
Fotos por Gabriela Pereira
Possui inflorescência do tipo panículas com flores pequenas de coloração esbranquiçada. Os frutos são pequenos, do tipo drupa, de cor arroxeada (Figura 7) quando maduro e de polpa carnosa.
A planta floresce em estações mais quentes e chuvosas, de julho a outubro, e os frutos amadurecem a partir de dezembro. Estudiosos da família citam ainda que a espécie é típica do cerrado e mata semidecídua de altitude. Além disso, é considerada pioneira.
Apresenta uma grande importância ecológica, pois seus frutos suculentos e carnosos são fontes de alimento para a fauna silvestre. Muitos animais que se alimentam desses frutos acabam veiculando a dispersão das sementes e favorecendo a sobrevivência e permanência da espécie, como por exemplo aves e mamíferos. A polinização é realizada principalmente por abelhas, atraídas pelas flores e pelo néctar, mesmo que em pouca quantidade. Em relação à sua importância econômica, o homem a tem utilizado na construção civil para confecção de cercas, portões, móveis rústicos, e estrados.
Autores: Alexandre Otoni, Felipe Datto, Lucca Michetti, Luísa Vidal, Luísa Uchôa, Valter Júnior e Victor Hugo Machado.
Orientador: Maria de Fátima Vieira Starling